ARGUMENTOS A FAVOR DO ENSINO PRESENCIAL

1. O presencial apoiado nas novas tecnologias

– A explicação da necessidade de adaptar o ensino presencial, e não de o substituir

– O novo presencial que devia ser apoiado na utilização das tecnologias que, contudo, nunca substituem o professor. As tecnologias devem complementar a utilização do debate, da vertente social, das experiências, dos sentidos, de forma a potenciar a aprendizagem ao expoente máximo, personalizando o ensino, tornando-o mais rápido, mais eficaz, mais inovador e também mais fácil para o próprio professor.

– São realçadas as fraquezas do online (a própria internet, os computadores, entre outros fatores) e também as fraquezas do presencial (ex: neste momento é impossível fazer palestras com um elevado número de pessoas presencialmente). Desta forma, é mais uma vez realçado que há uma necessidade por um ensino presencial, contudo apoiado nas novas tecnologias

2. Saúde física e mental dos estudantes

– 80% dos estudantes disse que durante o confinamento sofreu momentos de ansiedade e/ou depressão

– Uma situação de catástrofe – pandemia global – aliada ao isolamento físico pode causar fortes danos na saúde física e mental dos estudantes

3. Segurança do presencial

– O facto de, cumprindo as medidas de segurança, o ensino presencial não comprometer a saúde pública – os novos casos da infeção de coronavírus são desassociados pelo orador ao ambiente escolar e associados ao ambiente extra académico.

– É apontado que não podemos associar estes novos casos a contactos protegidos ou teríamos que fechar todas as áreas da sociedade, desde educação, a restauração, a transportes públicos, a comércio.

4. Restrições do ensino online

– O exemplo do próprio debate que está a acontecer e que, sendo online, fica visivelmente limitado pela falta de contacto, linguagem corporal e interação social.

– Ligado ao ponto anterior, toda a importância do tom de voz, acentuação das palavras e todo um conjunto de nuances que online se tornam difíceis de interpretar.

– O facto de existirem muitas falhas técnicas no online como o delay, falta de percetibilidade, falta de qualidade da imagem, entre outros.

– A “frieza” do ensino online, muitas vezes de câmaras desligadas e sem qualquer contacto direto entre aluno e professor

– A possibilidade de os comportamentos desviantes serem mais comuns online, devido ao professor perder parte do controlo no sistema virtual que normalmente teria num sistema presencial.

5. A importância do presencial

– A importância de não abdicar da educação das próximas gerações.

– A importância das escolas como meio social e criador de relações pessoais relevantes, impossíveis de criar online.

– A importância de não fechar as escolas, mas sim, sensibilizar os alunos para a importância de manter cuidados e de manter a responsabilidade individual. Ensinar às próximas gerações boas práticas e civismo. (ex: ser ensinado na escola tal como é ensinada a reciclagem que, muitas vezes, os próprios alunos aprendem e aplicam nas suas casas, ensinando também a sua família.

6. O online e a exclusão de certos grupos de pessoas

– O facto de muitos professores não estarem preparados para esta mudança, não terem nem formação, nem capacidades tecnológicas para tal. E acabarem por não conseguir intervir no online da mesma forma.

– O online poder excluir certas franjas que não têm acesso a internet ou a equipamentos de qualidade e podem ser excluídas num ensino virtual, o que nunca aconteceria no presencial, que não só junta toda a gente como é um centro de atividade muito importante na sociedade.

7. O impacto económico do ensino online

– O ponto referido no nr4, referente ao professor ter um controlo mais redutor da aprendizagem dos alunos, faria com que, muitas vezes ao pais tivessem que dedicar bastante mais tempo, tornando-se quase “tutores” dos filhos, podendo ter de abdicar do seu trabalho ou escolher regimes de lay-off

– O investimento a longo prazo no online levará a graves consequências económicas no longo prazo

SUGESTÕES DE OUTROS ARGUMENTOS ESCRITOS PELA EQUIPA SDDUP:

– O facto de nem todas as crianças terem um ambiente estável em casa, que as permita ter um bom ambiente de aprendizagem.

– Até em casos mais extremos, a importância que há para as crianças em ambientes abusivos, de ir à escola, conhecer outros meios, aprender e até poder denunciar o que se passa em sua casa. Não as fechar e isolar em casa é essencial.

– O facto de nem todos os pais, no caso dos filhos mais novos, terem a capacidade para os conseguir auxiliar na aprendizagem.

– O facto de o ensino português estar, neste momento, acreditado apenas presencialmente, não havendo comprovação das agências competentes de que o ensino online também ensina de forma igualmente eficaz todos os tópicos que deveriam ser abordados.


ARGUMENTOS A FAVOR DO ENSINO ONLINE

1. Emergência e Saúde

– O direito à saúde e à vida estão a ser postos em causa. Numa circunstância normal, aceitar-se-ia que o ensino presencial pode ter mais vantagens, mas o contexto de pandemia força a adotar outras medidas 

– Fora do contexto da normalidade, é importante reforçar o papel do ensino online, não convertendo as aulas expositivas presenciais em sessões de vídeo equivalentes; é preciso ter dinâmicas diferentes – ter em conta que as práticas não devem ser as mesmas do ensino online 

– A distância é uma questão de saúde: não há condições para que as escolas tenham 20, 30 alunos na mesma sala com o distanciamento mínimo especificado pela DGS, nem não há condições para assegurar o distanciamento nos transportes públicos utilizados pela maior parte da população escolar – os ganhos do ensino presencial colocam em causa os direitos da saúde 

– Para além disso em muitas escolas não é feita a medição da temperatura à entrada, nem são desinfetadas as mesas e as cadeiras

2. Vantagens do online

– Mesmo em contexto normal, é preciso investir no ensino online: é preciso uma população preparada para lidar com o seu trabalho à distância (mesmo voltando à normalidade, o teletrabalho prevalecerá, e é preciso ter ferramentas) – O teletrabalho possibilita uma maior variedade de trabalhadores de diversos países e não é mutuamente exclusivo com haver também encontros presenciais 

– Quanto mais dados forem recolhidos da atividade online, maior é a probabilidade de se acrescentar um nível de inteligência às decisões (inteligência artificial), o que possibilita maiores e melhores mudanças, o que não aconteceria no ensino presencial 

– O sistema online poderia também ser apoiado por serviços médicos à distância para casos de, por exemplo, depressões (que não sendo excluídas como possível consequência do ensino online, são relativizadas, explicando prioridades e como estas poderiam ser tratadas online por profissionais)

– Ensino online permite o acesso mais generalizado a mais cadeiras/matéria e oferece um maior leque de aprendizagem aos estudantes. Permite também mais autonomia e liberdade no trabalho e nos horários

3. Investimento a longo prazo

– A importância de depositar recursos no futuro da educação – no e-learning. Esse investimento até poderia ser feito com o dinheiro poupado nos circuitos de circulação/desinfetantes se as escolas não estivessem abertas

– O facto de ser mais fácil fazer reformar o ensino online, e não no presencial como referido nas 1ºs casas
– Certos aspetos referidos pela 1ºs casas (em termos de equipamento, internet, etc) são apontados como problemas apenas a curto prazo, que seriam corrigidos até se chegar às condições perfeitas para a aprendizagem online

4. Redução do contágio

– Com mais pessoas em casa e há mais tempo e com menos motivos para saírem, há forçosamente menos convívios. Assim, o orador explica como a predominação do ensino à distância leva a uma menor probabilidade de contágio

– O facto da escola podendo até não ser um centro de infeção, é um fator de deslocação, diminuindo o número de pessoas nos transportes públicos, podia-se diminuir o contágio 

– O dinheiro poupado ao fechar as escolas poderia ser investido em melhorar os cuidados dos outros setores e modernizar os serviços administrativos e de resposta

5. Fraca prestação do presencial neste momento

– Nas escolas, após a pandemia, a questão da importância da socialização trazida no ponto 5 do governo, também acaba por não existir pois há uma socialização muito limitada devido às regras de distanciamento 

– O presencial neste momento não consegue assegurar formações, envolvimento de jovens em atividades extra, pelo que o online garante maior formação de outras competências

– O presencial já sofre de muitas faltas de professores e funcionários, o que seria ainda mais agravado com a pandemia

6. Responsabilidade

– Ao confiarmos apenas nos cuidados de cada um, corremos o risco de sofrer pela irresponsabilidade destes; como governo, deve-se prevenir e evitar as situações de convite ao contágio


7. Equidade
– Proteger pessoas mais carenciadas, por ex no ensino superior, onde maior parte dos gastos são fora da faculdade (alojamento, transportes), poupança de dinheiro nesses aspetos

8. Mudança no sistema de ensino
– Oportunidade de mudar e refletir sobre os problemas do ensino atual
– O online como forma de possibilitar um acompanhamento mais personalizado a cada aluno e aproveitar todo o potencial, melhorando também a motivação dos alunos que estão fartos deste contexto uniformizado
– Permitir ritmos de aprendizagem diferentes e potenciar todos os alunos, aumentando a sua realização escolar
– Esta é a melhor altura para fazer estas alterações porque há um maior tempo disponível dos docentes (já não há as perdas de tempo dos docentes causadas pelo ensino presencial – transportes, preparação de aulas presenciais, correção de exames e trabalhos (estes últimos substituídos por sistemas tecnológicos)). – Esta mudança de paradigma ia também ajudar o contexto social dos alunos, no sentido em que diminuiria e menosprezo dos que sabem menos no contexto de sala de aula
– Esse tempo pode ser investido na mudança de paradigma
– Investir na preparação de novos recursos, materiais e vídeos mais dinâmicos
– Possibilidade de até criar grupos online de discussão segundo interesses escolares e extra escolares e ritmos de aprendizagem