Debate online promovido pela SdDUP sobre os métodos de ensino em pandemia junta especialistas em educação e saúde pública

Na passada segunda-feira, um debate online promovido pela Sociedade de Debates da Universidade do Porto (SdDUP) explorou as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos de ensino neste contexto de pandemia. A conversa centrada no confronto entre o ensino online e presencial contou com contributos de diversos especialistas quer na área da educação quer da saúde pública, contando com os contributos da Dr. Sandra Martinho, diretora dos Departamentos de Educação e Filantropia da Microsoft Portugal, do Dr. Rui Pacheco, diretor do Centro de Multimédia da Porto Editora (responsável pela Escolavirtual), do Dr. Hugo de Sousa Lopes, diretor do Agrupamento de Centros de Saúde da região Tamêga III – Vale do Sousa Norte e de Marcos Teixeira, presidente da Federação Académica do Porto.

A discussão que aconteceu via Zoom, trouxe pontos bastante importantes na defesa de ambos os métodos de ensino. Por um lado, a Dr. Sandra Martinho, defendendo o ensino presencial, apontou a necessidade de adaptar o ensino tradicional a este novo contexto, de tornar a tecnologia não uma forma de substituir o professor, mas de o complementar, tornando a aprendizagem dos alunos mais rápida, mais interativa e mais eficiente. Desta forma, a diretora do departamento de educação da Microsoft Portugal realçou a importância da vertente social, das experiências, dos sentidos e da discussão de ideias para o ensino, referindo que essas atividades devem ser, neste momento, aliadas a outras online que não as substituem – como palestras, formações, entre outras.

Também Marcos Teixeira, presidente da Federação Académica do Porto e aluno da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) defendeu o ensino presencial, apontando como principais motivos a saúde mental e física dos estudantes. Realçou também a importância de não parar as atividades presenciais, mas sim adaptá-las às regras de segurança, ensinando regras de civismo e responsabilidade social aos alunos. Para além disso, Marcos realçou também que, em nenhum momento, se deve parar de investir na educação, quer escolar, quer de valores, das futuras gerações.

Juntando-se a estes convidados, também o Dr. Hugo de Sousa Lopes, tomou o partido do ensino presencial. O orador, que é também docente na universidade CESPU realçou a frieza e distância provocadas pelo ensino online, que impedem os interlocutores de distinguirem fatores mais humanos de uma conversa, como o tom de voz ou a linguagem corporal, referindo também como o ensino online pode ser um fardo para os pais das crianças que estão neste regime. Sendo mestre em Saúde Pública, apelou ainda ao cumprimento de todas as regras de distanciamento social da DGS, deixando uma mensagem de cuidado, precaução e civismo.

Por outro lado, o Dr. Rui Pacheco defendeu uma solução online para este contexto de pandemia, embora tenha adotado uma posição bastante flexível, referindo que as soluções devem ser diferentes para diferentes níveis de ensino. Os pontos mais importantes da tese do diretor do Centro de Multimédia da Porto Editora prenderam-se com o facto de estarmos numa situação atípica e que, pede de forma urgente, que não se ponha em causa a saúde pública. Defende, assim, que o ensino online diminuiria os convívios depois das aulas e a circulação nos transportes públicos. O responsável pela Escolavirtual aponta também a necessidade de se investir no e-learning, o ensino do futuro.

Para além destes argumentos, o debate contou com muitos outros, que foram apresentados pelos restantes oradores. Esses argumentos prenderam-se, acima de tudo com desigualdade social, segurança e necessidade de adaptação e mudança no ensino e podem ser consultados com mais detalhe no site da Sociedade de Debates da UP.


SdDUP

www.twitter.com/sdduporto